Continuava a chover.
Por mais que quisesse, os planos da Natureza não poderiam ser interrompidos, muito menos por um simples mortal.
Ainda se imaginava Todo-Poderoso, mandando nos céus para que se recolhessem todas aquelas gotas tão preciosas.
Mas aquelas gotas são eternas, nunca se esbatem por simples vontades terrenas, sempre perduram e gastam-se sem cessar.
Teimava em não aceitar aquele cenário. Não podia.
Porque razão deveria ver-se privado das suas vontades em detrimento de caprichos de um Deus invisível?
Não era ele importante o suficiente para podes fazer com que a chuva parasse?
Onde para esse omnipotente e omnipresente Deus, que chega a tudo e a todos, mas que nunca tem coragem de mostrar a cara, nunca tem a humildade de não seguir apenas as suas vontades?
Inquietava-o esta crença de que a vontade mortal está subjacente a um poder superior.
Mas que raio, não fazia ele a sua parte na Terra? Não se matava a trabalhar, a estudar, as vezes a divertir-se, a passar o testemunho a gerações vindouras, a promover a paz, a perdoar e a viver?
O que lhe faltava para poder ter voto na matéria? O que é que ainda precisava mais provar?
Deixava a chuva fustigante bater contra a sua face rosácea, controlando uma respiração algo tumultuosa e irregular, enquanto se quedava por aquela bonita Praça olhando os céus negros e as gotas de chuva.
Porque mereceria algo mais do que isto? Isto é a vida………..
Saudações molhadas
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