Quinta-feira, 15 de Junho de 2006
Por vezes as palavras soam-nos tortas.
Queremos subjugá-las à nossa vontade premente. Queremos tê-las no nosso pensamento e moldá-las como ninguém.
Queremos que elas se tornem parte de nós, e como tolos somos, queremos formá-las, não por alguma forma de acção, mas pela total inércia.
E pecamos. Na forma como não as encontramos de todo, pela forma como as desmontamos, gastamos, usamos e não as reciclamos.
São palavras ditas, escritas, mais do que repetidas. E ainda assim, queremo-las para nós.
Achamo-nos no direito de as expormos à nossa vontade, como se fossemos nós os seres superiores.
E as palavras ficam. Não porque nós mandamos, mas sim para nos mostrar o seu poder. O seu poder que é infinito, maior do que todos os poderes do Homem.
Ficam para nos mostrarem que elas é que mandam em nós, elas é que nos fazem rir ou chorar, elas é que controlam o nosso destino.
E o desatino ganha forma no coração mais puro dos Homens.
Expostos, vergados por meras palavras, que não contentes com as sensações provocadas, ainda teimam em não arredar pé e mostrarem-se sempre, fazem por ficarem na cabeça para serem repetidas até à exaustão.
Sim, já gastamos todas as palavras, mas de nos serve isso se elas por mais gastas que estejam continuam a existir
Saudações com palavras
By GoGaN^